Resenha: EP “Dois Pesos, Uma Medida” – João Leopoldo e Hugo Rafael
Por Tarcisio Lucas (tarcisiolucashp@hotmail.com)
Saindo do forno agora mesmo, eis que surge o EP “Dois pesos & Uma medida”, dos músicos João Leopoldo e Hugo Rafael. O EP possui sete faixas, que foram disponibilizadas pelos próprios músicos gratuitamente na Internet.
O que encontramos aqui é uma música de alto padrão, que apresenta uma miscelânea sonora muito palatável e bem feita, onde todas as músicas apresentam altas doses de rock progressivo, que passeia ao lado de outras influências, como o Rock and Roll e a MPB.
A parte progressiva se apresenta pela complexidade das músicas, execuções muito técnicas (onde os dois músicos alternam tocando TODOS os instrumentos) e os timbres dos instrumentos, particularmente os sintetizadores/teclados, guitarras e vozes.
E por falar em vozes, acredito ser esse o grande destaque do álbum. O trabalho de vozes é muito bem feito, não apenas afinado, mas sim bem trabalhado, apresentando nuances harmônicas que fará o fã de rock progressivo brasileiro pensar imediatamente em trabalhos de gente como o Terço ou Mutantes. Verdade seja diga; os caras sabem trabalhar vozes.
A produção do disco, embora não apresente o som cristalino que eu acredito que destacaria enormemente as qualidades dos músicos, não compromete a audição.
Para os fãs de RPB, sugiro que comecem pela sexta faixa, “Quiçá”, uma excelente música, 100% progressiva e com um trabalho instrumental e acima de tudo vocal de nível altamente profissional, sem exageros! Essa música impressiona bastante, acredito ser o ponto alto de todo EP.
Outra faixa que gostaria de destacar é a “Sabe Reclamar”, que parte para o lado mais visceral, me lembrando em alguns momentos nomes como Casa das Máquinas e Patrulha do Espaço.
As outras músicas são muito boas, e muito variadas, e como eu disse anteriormente, passeando por uma série de influências. Além das bandas que tanto amamos de progressivo nacional, também é possível ouvir influências de gente como Barão Vermelho (da fase boa, mais blueseira), Raul Seixas e até mesmo Djavan (o que é um grande elogio!). Apenas me pergunto como eles farão em apresentações ao vivo. O nível técnico das músicas é alto, precisarão de bons instrumentistas.
Enfim, como são músicos profissionais, sei que eles possuem capacidades suficientes para perceberem as arestas e melhorias para refinar ainda mais o som; não vejo necessidade nenhuma de fazer alguma sugestão ou coisa assim. Apenas fico ansioso para saber como serão os próximos trabalhos.
Excelente banda nova. Recomendadíssima.